quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Me formei. E agora?

Depois de anos de estudos, de tantos sonhos e sacrifícios, chegou o grande dia: acabou a faculdade, finalmente você está formada. Enfim, vai exercer a profissão que sonhou a vida inteira, agora é uma profissional. No entanto, para ser de fato uma, falta uma coisinha apenas: arrumar um emprego na área. Histórias como essa acontecem todos os dias por todo o país. São jovens que investiram tudo no sonho de concluir um curso superior e ao verem ele realizado, descobrem que a verdadeira batalha está apenas começando. Diante disso, a angustiante indagação parece inevitável: me formei, e agora?Aportar no nada aprazível mercado de trabalho não é fácil. Mas, com certeza, muita gente imagina que tendo em mãos um diploma, já tem um passaporte. No entanto, não é bem assim que essa expedição atrás do primeiro emprego começa. "Quando entreguei a monografia e percebi que não teria mais aulas e ainda não tinha emprego, me bateu um desespero. E olha que eu fiz a faculdade quase toda tendo bolsa do CNPq, não era tão despreparado assim", conta o historiador Mario Sergio Ignácio que, mesmo tendo currículos aos borbotões circulando pela praça, correu por fora e começou a se preparar para um mestrado. "Ao mesmo tempo em que enviava currículos, estudava para fazer prova para um mestrado e para alguns concursos. A resposta do mestrado veio primeiro, começo em abril. Mas em relação aos empregos, não apareceu nada fixo ainda, só frilas", diz ele.Ninguém sabe ao certo o que o mundo além das salas de aula reserva. Talvez, por isso, para alguns seja tão assustador terminar a faculdade. "É o fim de um ciclo. Agora você cresceu de vez, acabaram as desculpas de estar estudando, tem que batalhar, correr atrás. É assustador, rola aquela história do 'e agora, o que eu vou fazer?' Eu ainda estou meio perdida ", diz a agora arquiteta Maria Cecília D'Almeida. A estudante Ana Claúdia Rodrigues conta que, no seu caso, para piorar, ainda tiveram as greves das universidades federais. "Eu acabo a faculdade só em março por causa das greves. E por conta disso, já perdi vários concursos e seleções de emprego por não estar com o curso concluído", afirma ela.Para a maioria dos novos profissionais o grande problema é saber como entrar no disputado mercado de trabalho. Mas existe uma forma de descobrir pelo menos onde é a porta. "Os estágios são muito importantes, podem ser considerados a porta de entrada para o mercado de trabalho", afirma o consultor do Grupo Catho, José Carlos Figueiredo. A jornalista Lívia Bueno comenta que, de fato, os estágios a ajudaram muito durante e depois do curso. "Eu fiz estágio desde o segundo período da faculdade. No primeiro, adquiri diversos contatos importantes que me levaram para o segundo estágio, onde acabei sendo contratada mesmo antes de me formar. Eu fui ao contrário da maioria dos meus colegas: estava louca para acabar logo e ficar livre, trabalhava já como repórter normal e ainda fazia faculdade", conta ela. A administradora de empresas Jaqueline Alves do Prado também se formou já estando com os dois pés dentro de uma multinacional graças a um estágio. "Eu desde que entrei na faculdade, corri atrás de estágio, fiz vários. Alguns foram curtos e ruins, outros legais, mas não fiquei parada um período sequer. Lá pelo sexto, comecei a estagiar numa multinacional e fui contratada assim que me formei", conta ela. Para auxiliar o estudante ou o novo profissional nessa cansativa busca por um estágio ou primeiro emprego, existem diversas empresas de colocação profissional. José Carlos Figueiredo informa que o interessado pode cadastrar seu currículo pela Internet. "Por meio do nosso site as pessoas têm conseguido uma colocação. Nós auxíliamos nesse processo, vale a pena fazer um teste. Existem muitas empresas que buscam estagiários e trainees", afirma ele. Outra dica importante para os recém-formados é saber onde está pisando, ou seja, ter conhecimento sobre a área em que escolheu para atuar. "Outras questões também são fundamentais, como falar outro idioma, principalmente o inglês, ter uma boa formação acadêmica e ter um currículo bem preparado", diz José Carlos Figueiredo. No mais, saúde e paz. E, claro, continuar correndo atrás.

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