Estudar ou trabalhar? Esta pergunta passa pela cabeça da maior parte dos estudantes de pós-graduação que recebem bolsa-auxílio para cursos de mestrado e doutorado. O motivo é que as duas principais instituições de fomento à pesquisa no Brasil - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - exigem dedicação exclusiva à pesquisa para conceder as bolsas.
A justificativa é de que, com a atenção dos alunos focada somente no desenvolvimento dos projetos, o rendimento do bolsista tende a ser maior, por isso a exclusividade exigida pelas duas entidades. Há exceções, como no caso de atividade didática remunerada em universidade pública. As aulas, neste caso, desde que se relacionem com a pesquisa, servem de prática para a docência.
Quem resolve correr o risco, pode se dar mal. Caso seja descoberto, o bolsista perde o auxílio. Outra punição pode ser a devolução dos valores pagos pelas agências de fomento.
Mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a jornalista Ana Esteves contou com auxílio de uma bolsa do CNPq para concluir a pesquisa. O auxílio para a exclusividade na época que Ana cursou o mestrado era de R$ 850, reajustado para R$ 900 durante os estudos. "Eu conseguia pagar as contas mensais, mas não havia possibilidade de fazer uma poupança, por exemplo", destaca.
Conforme Ana, o aluno que recebe uma bolsa deve se dedicar a publicar artigos, aprofundar leituras e a ensinar. "É quase um funcionário da universidade, sem carteira assinada", explica. Ela acredita que a exclusividade deveria ser melhor remunerada para atender às exigências da pesquisa e ainda garantir a qualidade de vida do estudante. "Não considero R$ 900 um valor alto. Muitas vezes precisávamos comprar livros e participar de congressos e seminários. Poderia, por exemplo, haver uma flexibilização. Permitir que estudantes com meio turno livre trabalhassem", afirma.
O CNPq oferece várias modalidades de bolsas aos alunos do ensino médio, graduação, pós-graduação, recém-doutores e pesquisadores já experientes. As bolsas são divididas em duas categorias principais: bolsas individuais no País e no exterior, e bolsas por cota. Os valores pagos dependem do tipo da bolsa. Para mestrado, a bolsa é de R$ 1,3 mil, enquanto que para financiar um projeto de doutorado o CNPq concede R$ 1,8 mil. Já a Capes oferece R$ 1,13 mil para mestrado e R$ 1,67 mil para doutorado.
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sexta-feira, 25 de julho de 2008
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