sexta-feira, 23 de novembro de 2007

SOZINHA EM BUENOS AIRES...


Saí cedo, afinal tinha apenas um dia para desvendar os meandros da capital portenha. Porém, logo descobri, que meu cedo é muito cedo por aquelas paragens e tive que aquietar minha ansiedade, sentar na agradável padaria-café ao lado do meu hotel, que fica em frente ao Congresso Argentino e comer, uma vez mais, uma deliciosa ‘medialuna’- que belo nome para os croissants, hein? As medialunas são o pão francês dos argentinos, eles tomam seu café da manhã, pelo menos é o que se serve em todos os cafés e padarias: um copo de café com leite generoso, um copinho bem sem vergonha de suco de laranja (que em alguns lugares, nem natural é!) e três medialunas – que você pode escolher entre ‘grassa’ e ‘dulce’ (manteiga ou doce). Hummmm, é bom demais!
Buenos Aires parece ter mais padarias e lojas de guloseimas do que qualquer outro estabelecimento comercial. E deliciosas padarias com suas vitrines repletas de medialunas, fracturas, galletitas, palmeritas, bolos, tortas – todos nos acenando e convidando a ganhar preciosos quilos perdidos na duramente na véspera da viagem.
Pensando nos estabelecimentos comerciais, to aqui pensando que BA (Buenos Aires) não parece ter farmácias. Não me lembro de ter visto nenhuma em meu trajeto. Agora lojas de doces (principalmente alfajores) e livrarias....não passa uma esquina sem.
Será que o povo argentino não fica doente porque come muitas medialunas???
Enfim, 9hs, horário de abertura das lojas e da vida portenha. O dia estava lindo. Céu azul e temperatura amena, convidando-me a caminhar, sem pressa, pela cidade plana. Vamos lá!
Saí do hotel, como disse ao lado da praça do Congresso (vale a pena dar uma olhada nesse monumento deslumbrante – detalhe para os postes antigos, com aquelas luminárias de início do século, perfeitamente conservado e em uso). Cruzando a praca não tem como não prestar atenção aos inúmeros cachorros e seus donos passeando pela praça. Como tem cachorro em BA, e todos de raça. Acho que viralatas não têm vez por lá não! Peguei a Calle Montevideo (rua) que termina em uma das principais avenidas de BA, a Corrientes.
Fui caminhando lentamente, observando a ebulição dos comércios abrindo, carros indo e vindo, muitos táxis (o táxi na Argentina é muito barato, e as pessoas não costumam usar seus carros diariamente, preferem o táxi, por isso o que se vê muitos são táxis e não carros particulares) e alguns ônibus (como os ônibus são velhos por lá!). Passei por uma frutaria repleta de pomellos e cherrys (pomello é uma espécie de grapefruit e cherry nada mais é do que nosso morango).
Cheguei na Corrientes já agitada e em pleno funcionamento. Por todo lado que se olha, livrarias e mais livrarias. Teatros e casas de show, cafés e restaurantes sofisticados e muitas lojinhas de doces. Vida cultural ativa. Cidade civilizada. As pessoas passam rapidamente por mim, indo para o trabalho. Elegantes, discretos e um tanto altivos. Argentinos, né? Mas quer saber, eles têm bons motivos para isso! Povo culto. Nós, não!
Com o mapa na mão, meu destino final (ou inicial) era a Rua Florida, a 25 de março argentina. Com o nosso real em alta, o peso deles em baixa, é diversão feminina na certa!
Mas antes, cruzei o marco principal da cidade, o Obelisco, parecido em forma com o nosso no Ibirapuera, mas bem mais alto e largo. E totalmente destacado. Ele é uma espécie de cruzeta por onde as ‘calles’ e avenidas cruzam. Aliás, a Avenida 9 de julho é, certamente, a avenida mais larga que já vi na vida: quatro mãos de cada lado. Temos que atravessá-la por etapas. Tudo muito bem sinalizado.
Se tiver um mapa na mão (e tem mapa de todo tipo por lá) você anda a cidade inteira sem problema.
Chego na Florida, que nem é Florida de flores, apesar das barraquinhas de flores. Mas essas barraquinhas também estão por toda parte. Acho que nas casas argentinas, os vasos estão sempre ornamentados com flores frescas e vivas. Barraquinhas de flores e barraquinhas de doces...ai, ai!
Bem, como qualquer 25 de março que se preze, essa não é diferente. Gente saindo pelo ladrão. A diferença, fundamental aliás, é o tipo de gente. Nem dá pra comparar. Bom, lojas e mais lojas. De todo tipo: sofisticadas, populares, couro, sapatos, roupas, coisas pra casa.
Ah, tem um shopping no meio do caminho. E o shopping, como tudo em BA, é chique, antigo e preservado. Mistura em um prédio antigo maravilhoso, com uma abobada central toda pintada (como as das igrejas) lojas modernas e bem caras. É só pra passear mesmo.
Ah, e é só. Não tem shopping centers em BA. Paulistano se sente meio peixe fora d’água. Risos.
Bem, como sou uma mulher do povo. Risos. Entrei numa das inúmeras lojinhas populares de souvenirs e comprei um monte de estatuetazinhas de casais de tango, ímãs de geladeira coloridos do Caminito (que eu ainda não conhecia), cachemiras argentinas (aquelas blusas de lã fininhas e que dizem que esquenta e não acaba nunca – comprei para minhas três velhinhas: mãe, sogra e avó). Ah, e muitos alfajores (do popular mesmo) que custa 0,75 pesos e são deliciosos. Os da Havana só levaria uma caixa pequena para ver se vale a fama toda. Dizem que os alfajores havana precisam ser comidos de joelhos e rezando. Quanto exagero! Olha o que a marca faz!
Na verdade, os cafés Havana são muito charmosos. Sofisticados. Abrigam, normalmente turistas mais abonados e a fina flor da sociedade portenha!
Voltando à loja! Ah, a Falabella...que loja é aquela? Uma loja de departamentos, aliás, duas. Uma delas com roupas, sapatos, bijous. E a outra com coisas para a casa. Fiquei doidinha com as peças de madeira esculpidas a mão: gatos, girafas, camelos, um mundo de animais meio que balineses. E as máscaras, então? Bandejas, copos, taças. Tudo maravilhosos. Tudo barato. Ah, se eu tenho mais grana e menos bom senso!
Bom, os gatos balineses eu iria levar. Já estava de olho neles desde a 25 de março em uma loja indiana. Só que os bichanos por aqui custavam 180 reais e o bichano portenho, custava 49 pesos, algo em torno de 30 reais. Sem condição de deixar para trás. OK, mas como levar, dois gatos de madeira com 1 metro cada? Com os pés em pandarecos, cheio de bolhas e lotada de sacolas? Como? Como? Risos
Não tinha jeito, teria que fazer o que menos gosto de fazer. Voltar com o maridão. Que iria reclamar. Achar os gatos enormes! Dizer que não ia caber na mala. Que ia ter que levar na mão. Etc, etc, etc. mas, fazer o que, né? Os gatos, Jorge e Pablo (já tinha até dado nome pra eles) iam para o Brasil e ponto final.
Resolvi voltar. Já eram mais de 15h30 e meus pés, coitados, estavam a ponto de me deserdar! E não tinha comido nada ainda. Já pensou? Em uma cidade como aquela? Ficar com fome?
Bom, não faltavam cafés no meu caminho de volta. E tinha um em especial que fiquei de olho na ida, com suas mesinhas na calçada e grandes sombreros e todo rodeado de uma cerca viva. Lindo! Charmoso! Bem ‘buenos aires’. Mas quem disse que meus pés agüentaram chegar nele? Qual, que esperança. Parei na primeira mesinha com cadeira que achei no caminho. Felizmente, quase todas as mesinhas e cadeiras pertencem a cafés charmosos em BA. E esta era bem em frente ao Obelisco. Fiquei ali, tomando jugo de naranja, tostados de ramon e queso e, é claro, medialunas! Risos. Eu queria uma bela empanada, mas tinha acabado. Como pode? Acabar empanada na Argentina? Que absurdo! Abri meu García Marques que comprei pra ler no avião, mas que levava na bolsa pra todo lado. Não dá pra começar a ler García Marques e parar.
Pois bem, fiquei ali, vendo a tarde portenha chegar, observando as pessoas indo e vindo. Os táxis em enorme quantidade, os ônibus velhos, e a vida que seguia seu curso. Que delícia! Não dava vontade sair dali. Mas ainda me restava uns 20 quarteirões a vencer. E, apesar de dizerem que a noite é segura em BA, eu não queria tirar a prova dos nove.
Recoloquei minha sapatilha torturante no pé. E segui caminho. Tive que voltar pela Corrientes, pois tinha deixado alguns livros reservados em um sebo pra pegar na volta. Minha idéia inicial era pegar um Subterrâneo (o metrô deles).
Aliás, o metrô mereceria um capítulo à parte. Foi construído em 1913. Dá pra pensar nisso? O nosso é de 1975, se não me engano. Muito bem, os trens são de madeira. Você leu certinho: de madeira. Com grandes espelhos do lado de dentro, iluminação daquela época. As estações também são parecidas com o trem. Antigas. O interessante é que os trens quando chegam à estação, não abrem as portas automaticamente, as pessoas é que abrem as portas para sair. E, muitas vezes com o trem em movimento! É sério! Um loucura. Muito longe da realidade de nossos metrôs.
Mas o mais legal é que eles cumprem sua função. Funcionam muito bem. As pessoas entram e saem ordenadamente. Mesmo em horários mais apertados. Civilização, meus caros! Educação! O que nos falta. Fiquei imaginando esses trens aqui em sampa, na hora do rush, na estação da Sé. Morte certa! E em montes!
Esse negócio de abrir as portas e pular com o trem andando. Vixe!
Agora, que nosso metrô é um espetáculo, lá isso é! E funciona muito bem com quase 3 milhões de usuários por dia. Não tem nem como pensar nessa quantidade de pessoas em Buenos Aires. É outra realidade mesmo!
Resolvi voltar pela Calle Uruguay e não pela Montevideo. E me deparei com a igreja mais linda que já vi. Escondidinha entre prédios antigos e em um quarteirão apertado, jamais a teria visto se não voltasse por onde voltei.
Mesmo com os pés doendo, não resisti. Entrei! E como valeu a pena. Lá dentro, aquele silêncio divino, característico das igrejas católicas. A abóbada central, toda de vitral, deixava entrar os últimos raios de sol da tarde e jogava luzes coloridas no interior sombrio da igreja. E como estava fresco lá dentro. Sentei em um banco, fechei os olhos, esqueci a dor nos pés e agradeci por estar ali, por vivenciar novas sensações, conhecer novos lugares, novas pessoas, novos hábitos, novos sabores, cores e odores. E por estar ali, naquela paz em profunda comunhão com Deus.
Taí algo que não entendo nas igrejas evangélicas: por que não ficam abertas o dia inteiro? Por que não deixam seus seguidores entrarem no horário que quiserem? Afinal, o objetivo maior de qualquer igreja é ser o elo entre o homem e Deus. E cadê que você encontrar igrejas evangélicas abertas? Só abrem nos horários dos cultos. Quanto desperdício de paz!
Nem sei quanto tempo fiquei ali. Pareceu uma eternidade, mas foram apenas 15 minutos. Como o tempo não representa nada, né?
Voltei ao hotel. Deixei as sacolas. E fui até o mercadinho que ficava na outra esquina comprar outra coisa fundamental em viagens: café!
Não deixo meu marido voltar de suas viagens pelo Brasil, sem um pacote de café daquele lugar. Viciada que sou por esta bebida dos deuses, já tive a oportunidade de tomar café de tudo quanto é canto de nosso país. Não poderia voltar sem o café portenho. Que mais tarde se revelou uma porcaria. Ou eu não soube comprar, ou eles não sabem tomar café. Risos. Eu comprei um pó que já vinha adicionado de açúcar. Para quem me conhece, sabe que não tomo café adoçado de jeito nenhum... Essa eu fiquei a ver navios.
Bom, já era mais de 20hs quando o maridão chegou do Congresso e eu cheia de historia pra contar.
Ah! Voltamos no dia seguinte lá na Falabella e o Pablo e Jorge voltaram comigo. Estão aqui na minha sala, logo na entrada dando boas vindas àqueles que vierem me visitar!
Meu dia de aventuras solitária em Buenos Aires foi maravilhoso! Aconselho qualquer um a visitá-la. Até quem nunca pensou em fazer uma viagem para o exterior pode pensar no caso. As passagens aéreas estão super competitivas. Sai mais barato ir a Buenos Aires do que ir à Salvador ou qualquer outro lugar do Nordeste. Os preços por lá estão vantajosos para nosso Real. E a cidade é um misto de arquitetura, gastronomia e lazer inesquecíveis.
Ah, e os argentinos nem são tudo isso que falamos, graças à nossa rivalidade futebolística. Tem alguns meio metidos, outros meio ranzinzas. Mas a maioria é gentil, amável, solícitos. Procuram nos entender, se nosso espanhol não dá nem pro gasto. Mutios falam português. Isso sem falar no tanto de brasileiros que moram por lá.
Vale a pena! Pra mim, valeu e muito! Mas, ai que saudade de uma praia!

domingo, 2 de setembro de 2007

MAIAKOVSKI (poeta russo)

O texto abaixo recebi de uma amiga virtual, que tô doidinha pra conhecer: Vera Ligia, mãe de uma colega minha da pós, que tem o dom de enviar pequenas preciosidades pelo e-mail (raríssimo hoje em dia, com a quantidade de bobagens que recebemos). Obrigado, Vera, por mais essa! Não resisti e resolvi postar pela beleza dos textos e pela verdade contida neles.


Maiakovski
Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin… escreveu, ainda no início do século XX :

Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.


Depois de Maiakovski…

Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso, eu não era negro! Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso, eu também não era operário! Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho meu emprego, também não me importei! Agora estão me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém. Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)


Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar...
Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.

Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...
Cláudio Humberto, em 09 fev 2007.

O que os outros disseram, foram todos depois de Maiakovski.
Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontramos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio: porque a palavra, há muito se tornou inútil…
- até quando?...

TEXTO DO ARNALDO JABOR

Este texto recebi do meu colega da pós, Edison Vilalta, como ele mesmo disse no e-mail: independente de concordar ou não, e daqui pra frente o texto é meu "vale a pena ler e pensar se vc não encaixa em algum lugar e perceber que tá na hora de mudar...afinal, basta uma pedra ser jogada em um lago inerte para que ondas sobre ondas se formem e transformem tudo ao redor...SEJAMOS A PEDRA". Obrigado, Edison, pelo texto.
-Brasileiro é um povo solidário. Mentira. -Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do PAÍS um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade...
Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.
-Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.
Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada. Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.
-Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
- Brasileiro é um povo honesto. Mentira.
Já foi; hoje é uma qualidade em baixa. Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como "aviãozinho" do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.
- O Brasil é um pais democrático. Mentira.
Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente. Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita. Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.
Democracia isso? Pense! O famoso jeitinho brasileiro. Na minha opinião um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um "gato" puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia, o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto...malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né? Grande coisa...
- O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram... Brasil, o país do futuro!? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo. Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar...O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
Para finalizar tiro minha conclusão:
O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse texto, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.Temos petróleo, álcool, biodiesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!
Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?

Certeza(Fernando Pessoa)

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

A ARTE DE SE RENOVAR....SEMPRE!

Acho que essa vcs conhecem, mas é sempre bom ler e pensar: será que estou me renovando? É a redação de um cara que buscava um emprego na GM, ao responder à pergunta: vc tem experiência? Veja o que ele respondeu:
Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo. Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda. Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade.Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: "Qual sua experiência?". Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência...Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência? Não. Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: "Experiência? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova?"

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Texto da Marilena Chauí: A invenção da crise

O Marcão, amigo meu da Pós, me enviou este texto da Marilena Chauí, em que ela comenta a influência da mídia, ou melhor, da manipulação da mídia, principalmente em fatos que chocam a opinião pública. Engraçado, Marcão, que estou corrigindo um texto de monografia que fala exatamente sobre a influência da opinião pública internacional em decisões estatais!
De tudo que li, e sempre lembrando que Chauí é uma das fundadoras do PT - eu tomei a liberdade de separar algumas partes que julguei importantes para o debate específico sobre a influência da mídia, e não até onde o Governo tem culpa, ou se a mídia está minando o Lula para um impeachment (ela afirma que sim!).
Gostaria de receber comentários sobre o assunto que julgo super atual e interessante!
A invenção da crise - Marilena Chauí
Era o fim da tarde. Estava num hotel-fazenda com meus netos e resolvemos ver jogos do PAN-2007. Liguei a televisão e "caí" num canal que exibia um incêndio de imensas proporções enquanto a voz de um locutor dizia: "o governo matou 200 pessoas!". Fiquei estarrecida e minha primeira reação foi típica de sul-americana dos anos 1960: "Meu Deus! É como o La Moneda e Allende! Lula deve estar cercado no Palácio do Planalto, há um golpe de Estado e já houve 200 mortes! Que vamos fazer?". Mas enquanto meu pensamento tomava essa direção, a imagem na tela mudou. Apareceu um locutor que bradava: "Mais um crime do apagão aéreo! O avião da TAM não tinha condições para pousar em Congonhas porque a pista não está pronta e porque não há espaço para manobra! Mais um crime do governo!". Só então compreendi que se tratava de um acidente aéreo e que o locutor responsabilizava o governo pelo acontecimento. Fiquei ainda mais perplexa: como o locutor sabia qual a causa do acidente, se esta só é conhecida depois da abertura da caixa preta do avião? Enquanto me fazia esta pergunta e angustiada desejava saber o que havia ocorrido, pensando no desespero dos passageiros e de suas famílias, o locutor, por algum motivo, mudou a locução: surgiram expressões como "parece que", "pode ser que", "quando se souber o que aconteceu". E eu me disse: mas se é assim, como ele pôde dizer, há alguns segundos, que o governo cometeu o crime de assassinar 200 pessoas?
1) Que papel desempenhou a mídia brasileira – especialmente a televisão – na "crise aérea" ?
O que mais impressiona é a velocidade com que a mídia determinou as causas do acidente, apontou responsáveis e definiu soluções urgentes e drásticas!
No plano político, a invenção da crise aérea simplesmente é mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula, vista como ofensa pessoal à competência técnica e política da auto-denominada elite brasileira. É bom a gente não esquecer de uma afirmação paradigmática da mídia e desses setores oposicionistas no dia seguinte às eleições: "o povo votou contra a opinião pública". Eu acho essa afirmação o mais perfeito auto-retrato da mídia brasileira!

Do ponto de vista da operação midiática propriamente dita, é interessante observar que a mídia:

a) não dá às greves dos funcionários do INSS a mesma relevância que recebem as ações dos controladores aéreos, embora os efeitos sobre as vidas humanas sejam muito mais graves no primeiro caso do que no segundo. Mas pobre trabalhador nasceu para sofrer e morrer, não é? Já a classe média e a elite... bem, é diferente, não? A dedicação quase religiosa da mídia com os atrasos de aviões chega a ser comovente...

b) noticiou o acidente da TAM dando explicações como se fossem favas contadas sobre as causas do acontecimento antes que qualquer informação segura pudesse ser transmitida à população.

c) estabeleceu ligações entre o acidente da GOL e o da TAM e de ambos com a posição dos controladores aéreos, da ANAC e da IFRAERO, levando a população a identificar fatos diferentes e sem ligação entre si, criando o sentimento de pânico, insegurança, cólera e indignação contra o governo Lula. Esses sentimentos foram aumentados com a foto de Marco Aurélio Garcia e a repetição descontextualizada de frases de Guido Mântega, Marta Suplicy e Lula;

d) definiu uma cronologia para a crise aérea dando-lhe um começo no acidente da GOL, quando se sabe que há mais de 15 anos o setor aéreo vem tendo problemas variados; em suma, produziu uma cronologia que faz coincidir os problemas do setor e o governo Lula;

e) vem deixando em silêncio a péssima atuação da TAM, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes, desde 1996, três deles ocorridos em Congonhas e um deles em Paris – e não dá para dizer que as condições áreas da França são inadequadas! A supervisão dos aparelhos é feita em menos de 15 minutos; defeitos são considerados sem gravidade e a decolagem autorizada, resultando em retornos quase imediatos ao ponto de partida; os pilotos voam mais tempo do que o recomendado; a rotatividade da mão de obra é intensa; a carga excede o peso permitido (consta que o AIRBUS acidentado estava com excesso de combustível por haver enchido os tanques acima do recomendado porque o combustível é mais barato em Porto Alegre!);

2) Como a sra. avalia a reação do Governo Lula à atuação da mídia nesse episódio?

Fraca e decepcionante, como no caso do mensalão. Demorou para se manifestar. Quando o fez, se colocou na defensiva. O que teria sido politicamente eficaz e adequado? Já na primeira hora, entrar em rede nacional de rádio e televisão e expor à população o ocorrido, as providências tomadas e a necessidade de aguardar informações seguras.

3) Em "Leituras da Crise", a sra. discute a tentativa do impeachment do Presidente na chamada "crise do mensalão". Há sra. vê sinais de uma nova tentativa de impeachment ?

Sim. Como eu disse acima, a mídia e setores da oposição política ainda estão inconformados com a reeleição de Lula e farão durante o segundo mandato o que fizeram durante o primeiro, isto é, a tentativa contínua de um golpe de Estado. Tentaram desestabilizar o governo usando como arma as ações da Polícia Federal e do Ministério Público e, depois, com o caso Renan (aliás, o governador Requião foi o único que teve a presença de espírito e a coragem política para indagar porque não houve uma CPI contra o presidente FHC, cuja história privada, durante a presidência, se assemelhou muito à de Renan Calheiros). Como nenhuma das duas tentativas funcionou, esperou-se que a "crise aérea" fizesse o serviço. Como isso não vai acontecer, vamos ver qual vai ser a próxima tentativa, pois isso vai ser assim durante quatro anos.

Os meios de informação e comunicação julgam ter tomado o lugar dos deuses e da natureza e por isso são onipotentes – ou melhor, acreditam-se onipotentes. Penso que a mídia absorve esse aspecto metafísico das novas tecnologias, o transforma em ideologia e se coloca a si mesma como poder criador de realidade: o mundo é o que está na tela da televisão, do computador ou do celular. A "crise aérea" a partir da encenação espetacularizada da tragédia do acidente do avião da TAM é um caso exemplar de criação de "realidade". Mas essa onipotência da mídia tem sido contestada socialmente, politicamente e artisticamente: o que se passa hoje no Iraque, a revolta dos jovens franceses de origem africana e oriental, o fracasso do golpe contra Chavez, na Venezuela, a "crise do mensalão" e a "crise aérea", no Brasil, um livro como "O apanhador de pipas" ou um filme como "Filhos da Esperança" são bons exemplos da contestação dessa onipotência midiática fundada na tecnologia do virtual.

DEPILAÇÃO - VERSÃO FEMININA E MASCULINA


Depilação Cavada... eis a questão...
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.Oi, queria marcar depilação com a Penélope. Vai depilar o quê? Normal ou cavada? Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.Amanhã, às...Deixa eu ver...13h? Ok.Marcado.Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável.E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela,legal. Pediu que eu a seguisse até local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas.Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamosde ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural. Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.Tudo ótimo. E vocêEla riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope.Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.Quer que tire dos lábios? Não, eu quero só virilha, bigode não. Não, querida, os lábios dela aqui ó.Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia. Mas topei.Quem está na maca tem que se f... mesmo. Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor. Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail. - Olha, tá ficando linda essa depilação. - Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo."Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça. Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá? Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo,tô sentindo nada. Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la.Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.Vamos ficar de lado agora?Hein?Deitar de lado pra fazer a parte cavada. Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.Segura sua bunda aqui.Hein?Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda. Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê.Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo.O marido perguntaria: Tudo bem,Pê? - Sim...Sonhei de novo com o c. de uma cliente.Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil c.. por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos?E aí me veio o pensamento:Peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera.Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.Vira agora do outro lado.Porra, por que não arrancou tudo de uma vez?Virei e segurei novamente a bandinha. E então,piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.Penélope, empresta um chumaço de algodão?Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido.Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.Terminamos.Pode virar que vou passar maquininha.Máquina de quê?!Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.Dói?Dói nada.Tá, passa essa coisa ai.Baixa a calcinha, por favor.Foram dois segundos de choque extremo.Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção.Ela viu tudo, da perereca ao fiofó. O que seria baixar a calcinha? EEssa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.Prontinha. Posso passar um talco?Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.Tá linda! Pode namorar muito agora.Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança.Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais.Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada. Mas me rendi! Depois que tudo passa, depois que sai o vermelho e o inchaço, fica que é um beleza!Aí me veio a dúvida: Puta merda, qual será o tempo de duração?


Depilação (versão masculina)

Estava eu assistindo tv numa tarde de domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada o que fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando minha esposa deitou ao meu lado e ficou brincando com minhas "partes".
Após alguns minutos ela veio com a seguinte idéia:
- Por que não depilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer "outras coisas" com eles!! ! !
Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça. Por alguns segundos fiquei imaginando o que seriam "outras coisas". Respondi que não, que doeria...coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu não tive mais como negar. Concordei.
Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos necessários para tal feito. Fiquei olhando para TV, porém minha mente estava vagando pelas novas sensações que só acordei quando escutei o beep do microondas.
Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços de plástico. Achei meio estranho aqueles equipamentos, mas ela estava com um ar de "dona da situação" que deixaria qualquer médico urologista sentindo-se como residente. Fiquei tranqüilo e autorizei o restante do processo.
Pediu para que eu ficasse numa posição de quase-frango-assado e liberasse o aceso a zona do agrião. Pegou meus ovinhos como quem pega duas bolinhas de porcelana e começou a passar cera morna. Achei aquela sensação maravilhosa!!
O Sr. Pinto já estava todo "pimpão" como quem diz: "sou o próximo da fila"!!Pelo início, fiquei imaginando quais seriam as "outras coisas" que viriam.
Após estarem completamente besuntados de cera, ela embrulhou ambos no plástico com tanto cuidado que eu achei que iria levá-los para viagem.
Fiquei imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer: Na Thailândia, na China ou pela Internet mesmo. Porém, alguns segundos depois ela esticou o saquinho para um lado e deu um puxão repentino. Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro PUTAQUEOPARIU quase falado letra por letra.
Olhei para o plástico para ver se o couro do meu saco não tinha ficado grudado na cera. Ela disse que ainda restaram alguns pelinhos e que precisava passar de novo.
Respondi prontamente: Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade!!
Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito em minhas respectivas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em extinção, e fui para o banheiro. Sentia o coração bater nos ovos. Abri o chuveiro e foi a primeira vez que eu molho o saco antes de molhar a cabeça. Passei alguns minutos só deixando a água escorrer pelo meu corpo.
Saí do banho, mas nesses momentos de dor qualquer homem vira um bebezinho novo: faz merda atrás de merda. Peguei meu gel pós barba com camomila "que acalma a pele", enchi as mãos e passei nos ovos. Foi como se tivesse passado molho de pimenta. Sentei na privada, peguei a toalha de rosto e fiquei abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° round. Olhei para meu pinto. Ele era tão alegrinho minutos atrás, estava tão pequeno que mais parecia que eu tinha saído de uma piscina 5 graus abaixo de zero.
Nesse momento minha esposa bate na porta do banheiro e perguntou o que estava acontecendo. Aquela voz antes aveludada ficou igual um carrascomandando eu entregar o presidente da revolução.
Saí do banheiro e voltei para o quarto. Ela estava argumentado que os pelos tinham saído pelas raízes, que demorariam voltar a nascer. "Pela espessura da pele do meu saco, meus netos irão nascer sem pelos nos ovos", respondi.
Ela pediu para olhar como estavam. Eu falei para olhar com meio metro de distância e sem tocar em nada!!
Vesti a camiseta e fui dormir (somente de camiseta). Naquele momento sexo para mim seria somente para perpetuar a espécie humana.
No outro dia pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os ovos estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros. Foi estranho sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados. Tentei colocar a cueca, mas nada feito. Procurei alguma cueca de veludo e nada. Vesti a calça mais folgada que achei no armário e fui trabalhar sem cueca mesmo.
Entrei na minha seção andando igual um cowboy cagado. Falei bom dia para todos, mas sem olhar nos olhos. E passei o dia inteiro trabalhando em pé com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície.

Resultado: Certas coisas devem ser feitas somente para mulheres.
Não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino, geralmente termina em profusão de conflitos....

segunda-feira, 30 de julho de 2007

O que dizer da transmissão do Pan pela Globo?

Eu prometi que não ia falar nada, mas agora, assistindo a cerimônia de encerramento não dá pra ficar calada!!!! o que é isso??? que falta de respeito levada às últimas consequências!
Não bastou deixar de transmitir inúmeros esportes em que brasileiros 'menos conhecidos' estavam lutando por seu país e não por uma medalha, não basta não mexer em sua programação 'imexível', não basta inibir outras emissoras abertas a transmitir o que ela não quis transmitir...chegamos ao cúmulo, no final, de não mostrar o encerramento para mostrar Calypso no Faustão!

A cerimônia de encerramento, que lembrou o terrível acidente da TAM e prestou uma justa homenagem aos bombeiros que trabalharam incessantemente naquele horror - eles carregaram a bandeira brasileira no início da cerimônia, não teve, como não tem nenhuma outra em outros eventos parecidos, o mesmo brilho da cerimônia de abertura, mas eu, uma brasileira comum, que não tenho TV fechada, e que não tenho a sorte da TV Bandeirantes pegar legal na minha região, não pude assistir o encerramento.

Enquanto isso, o canal, cuja vinheta era "Onde tem Brasil, tem Globo", negou solenemente a transmissão, nem a medalha da maratona, vencida brilhantemente pelo Franck Caldeira, com o hino nacional cantado no Maracanã ela se deu o trabalho de mostrar....Imagina, só...Faustão dá mais audiência!


É por essas e outras que tento o máximo possível não dar a essa emissora a minha cota de audiência. Como seria bom se outros brasileiros comuns como eu fizessem o mesmo! Parabéns à TV Bandeirantes que deu um show de respeito ao telespectador!


Até quando os brasileiros 'conformados' e 'globolizados' vão se permitir essa falta de respeito, absorvendo absolutamente tudo o que essa emissora monopolizadora quer? Ela manda na sua cabeça, caro leitor, será que vc ainda não percebeu?


Desculpem o desabafo, mas pelo menos aqui eu posso me manifestar livremente! risos

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Arte em logos do Google













Com essa história do crescimento do Google, um pessoal muito criativo andou brincando com o logo do Google, veja o resultado...

Marca do Google valorizou 44% em 1 ano, diz pesquisa da Interbrand

O Google, a varejista de moda Zara e a Apple estão entre as marcas de maior crescimento no último ano, segundo o ranking 100 Best Global Brands, da Interbrand e da BusinessWeek. O estudo indica as marcas globais mais valiosas. Em 20.o lugar, o Google (era 24.o no ano passado) tem sua marca avaliada em U$ 17,8 bilhões - alta de 44%. A Zara, na 64.a posição, valorizou 22% em 1 ano e está avaliada em U$ 5,1 bilhões. A Apple, em 33.o, tem sua marca estimada em U$ 11 bilhões. O levantamento estabelece o valor de uma marca calculando sua força no presente e sua capacidade de gerar lucros no futuro. O ranking continua sendo liderado pela Coca Cola, apesar da queda de 3% em relação ao ano passado, veja abaixo os top 10 rankeados por bilhoes de dolares.



Coca-Cola - 65,3


Microsoft - 58,7


IBM - 57,0


GE - 51,5


Nokia - 33,6


Toyota - 32,0


Intel - 30,9


McDonald's - 29,3


Disney - 29,2


Mercedes-Benz - 23,5

Nua e enrolada em uma cobra, mas exclusivamente para jornalistas

A atriz Mary Louise Parker aparece nua, de costas, enrolada em uma cobra, em material impresso promocional que divulga a série Weeds, da qual é protagonista. A pose não foi para um anúncio para o público - foi para o press kit enviado pelo canal Showtime para os jornalistas com informações sobre a 3a temporada, que estréia em agosto nos EUA. A folha de maconha no cabelo refere o tema do seriado - Mary Louise interpreta uma viúva que passa a vender maconha como solução para seus problemas financeiros. Dica do Gawker. No Brasil, a série é exibida pelo GNT.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Tinha cilios lindos no comercial - na verdade estava enganando o público


No comercial para o produto Telescopic Mascara, da L'Oreal, a atriz Penelope Cruz aparece com longos cilios negros que valorizam seus olhos escuros. O produto promete tornar os cilios até 60% mais longos. O que o comercial não disse é que Penelope estava usando cilios postiços. Bastou uma única reclamação de consumidor para a inglesa Advertising Standards Authority repreender o anunciante por publicidade enganosa. A L'Oreal terá que incluir em futuros anúncios um aviso caso as modelos estejam usando cilios falsos. E terá que deixar claro que o produto não alonga os cilios, apenas cria uma aparência de mais longos. Notícia da Brand Republic.