domingo, 2 de setembro de 2007

MAIAKOVSKI (poeta russo)

O texto abaixo recebi de uma amiga virtual, que tô doidinha pra conhecer: Vera Ligia, mãe de uma colega minha da pós, que tem o dom de enviar pequenas preciosidades pelo e-mail (raríssimo hoje em dia, com a quantidade de bobagens que recebemos). Obrigado, Vera, por mais essa! Não resisti e resolvi postar pela beleza dos textos e pela verdade contida neles.


Maiakovski
Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin… escreveu, ainda no início do século XX :

Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.


Depois de Maiakovski…

Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso, eu não era negro! Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso, eu também não era operário! Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho meu emprego, também não me importei! Agora estão me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém. Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)


Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar...
Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.

Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...
Cláudio Humberto, em 09 fev 2007.

O que os outros disseram, foram todos depois de Maiakovski.
Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontramos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio: porque a palavra, há muito se tornou inútil…
- até quando?...

Um comentário:

Anônimo disse...

Este texto mostra a nossa sonolência em aceitar que um safado se diz mais ético do que nós ou pelop menos mais ético do que eu. Ontem (sabado 1/9) estava vendo o jogo do Brasil perder para a Argentina no Sul-Americano de Basquete, depois de estar vencendo por 11 pontos, e acompanhava o 4. qarto, vendo garotos da NBA, apáticos, sem vontade, enquanto víamos os Hermanos vibrando, com raça. É isso que faz a diferença, enquanto tinhamos um grupo que lutava para mudar o país, ainda tinhamos esperança, depois que este grupo se corrompeu, onde esta a esperança? porque eu vou lutar por uma vaga na olimpiada de pequin, se vou ter que negociar meu prêmio, com toda comissão técnica-administrativa-caroneira, se quem vai ter que correr sou eu. Pense nisso. onde esta o futuro deste país.
Edson